Serralheria Moreno

Segurança e verificação de torres de linhas de transmissão

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A verificação de torres de linhas de transmissão é um processo essencial para garantir a segurança e a eficiência do transporte de energia elétrica. Engenheiros elétricos, empresas de energia, profissionais de segurança e especialistas em estruturas metálicas entendem que qualquer falha nessas torres pode resultar em interrupções no fornecimento de energia, riscos à segurança pública e danos econômicos significativos. Abordaremos os principais componentes de uma linha de transmissão, a importância da verificação regular e as metodologias utilizadas para assegurar a integridade estrutural das torres.

Linhas de Transmissão

A geração de energia elétrica no Brasil é predominantemente realizada em usinas hidrelétricas, que estão localizadas longe dos principais centros de consumo, como cidades e áreas industriais. Isso exige a construção de extensas linhas de transmissão para conectar a geração de energia aos locais de consumo. As tensões utilizadas nessas linhas de transmissão variam geralmente entre 69 kV e 500 kV. Essa variação depende da distância que a energia precisa percorrer: quanto maior a distância, maior a tensão necessária. Essa abordagem visa minimizar as perdas de energia ao longo do percurso de transmissão.

Fonte: EPE.

As linhas de transmissão são compostas pelos elementos apresentados:

  • Cabos para-raios: Os cabos para-raios são componentes cruciais nas linhas de transmissão, projetados para proteger contra descargas atmosféricas. Eles são instalados no ponto mais alto das torres, proporcionando um caminho seguro para a dissipação da energia dos raios. A eficiência dos cabos para-raios é vital para evitar danos diretos aos cabos condutores e ao equipamento elétrico. É importante realizar inspeções regulares nos cabos para-raios para identificar sinais de desgaste, corrosão ou danos. A substituição ou reparo imediato pode prevenir falhas catastróficas. Além disso, a escolha de materiais resistentes e a instalação adequada são fatores que influenciam diretamente a durabilidade e a eficácia dos cabos para-raios. Por fim, a manutenção preventiva, incluindo a limpeza e a verificação dos pontos de conexão, contribui significativamente para a longevidade e a funcionalidade dos cabos para-raios.
  • Cabos Condutores: Os cabos condutores são responsáveis pelo transporte da energia elétrica ao longo das linhas de transmissão. Eles devem ser capazes de suportar altas tensões e correntes, além de resistir às condições ambientais adversas. A escolha correta dos materiais e a engenharia precisa são fundamentais para garantir a eficiência e a segurança desses cabos. Inspeções rotineiras são necessárias para detectar possíveis problemas, como desgaste mecânico, corrosão e fadiga dos materiais. A identificação precoce desses problemas permite ações corretivas antes que ocorram falhas graves. O monitoramento constante das tensões e correntes também é uma prática recomendada para assegurar o bom funcionamento dos cabos condutores. Ademais, a utilização de tecnologias de monitoramento avançadas, como sensores de fibra ótica, pode proporcionar insights valiosos sobre o estado dos cabos condutores, permitindo intervenções mais precisas e eficazes.
  • Isoladores: Os isoladores desempenham um papel fundamental na separação elétrica entre os cabos condutores e as estruturas de suporte das torres. Eles devem garantir que não haja passagem de corrente elétrica entre esses componentes, evitando curtos-circuitos e garantindo a segurança da linha de transmissão. A verificação dos isoladores inclui inspeções visuais para identificar trincas, fissuras e outros sinais de desgaste. Testes de resistência elétrica também são realizados para assegurar que os isoladores estão cumprindo sua função adequadamente. A substituição imediata de isoladores danificados é essencial para manter a integridade da linha de transmissão. Além disso, a escolha de isoladores de alta qualidade e a implementação de programas de manutenção preventiva contribuem para a longevidade e a eficiência desses componentes críticos.
  • Estruturas Suporte (Torres): As torres de transmissão são estruturas metálicas que sustentam os cabos condutores e os cabos para-raios. Elas devem ser projetadas para resistir a diversas cargas, incluindo o peso dos cabos, as forças do vento e outras condições ambientais. A integridade estrutural das torres é crucial para a segurança e a continuidade do fornecimento de energia. Inspeções regulares das torres envolvem a verificação de soldas, parafusos e outros elementos de fixação. A detecção precoce de corrosão, rachaduras e outros sinais de desgaste permite a realização de reparos preventivos. Métodos de ensaio não destrutivos, como ultrassom e radiografia, são frequentemente utilizados para avaliar a condição das torres sem causar danos. A manutenção periódica, incluindo a aplicação de revestimentos anticorrosivos e a substituição de componentes danificados, é essencial para prolongar a vida útil das torres e garantir sua resistência às condições adversas.
Fonte: ISQBRASIL.

Torres de Linhas de Transmissão

As torres de linhas de transmissão são os pilares que sustentam toda a infraestrutura de transporte de energia elétrica. Elas devem ser altamente resistentes e confiáveis para garantir a segurança e a eficiência do sistema de transmissão. Qualquer falha nas torres pode resultar em interrupções no fornecimento de energia e riscos à segurança pública.

O design das torres deve considerar fatores como a localização geográfica, as condições climáticas e as cargas esperadas. A escolha de materiais adequados e o uso de técnicas avançadas de construção são fundamentais para garantir a durabilidade e a robustez das torres.

Inspeções e manutenções regulares são essenciais para detectar possíveis problemas antes que eles causem falhas catastróficas. A implementação de programas de manutenção preventiva pode ajudar a prolongar a vida útil das torres e garantir sua operação segura e eficiente.

Tipos de Torres

Existem vários tipos de torres de transmissão, cada uma projetada para atender a necessidades específicas. As torres de suspensão, por exemplo, são usadas para suportar o peso dos cabos condutores em trechos retos da linha de transmissão. Já as torres de ancoragem são utilizadas em locais onde há mudanças na direção da linha ou em pontos de conexão com subestações.

Cada tipo de torre tem suas próprias características de design e requisitos de manutenção. A escolha do tipo adequado de torre depende de fatores como a topografia do terreno, a distância entre as torres e as cargas esperadas.

Além disso, avanços tecnológicos estão levando ao desenvolvimento de novos tipos de torres, com materiais mais leves e resistentes, que podem oferecer maior eficiência e durabilidade.

Fonte: Gontijo (1994).

Manutenção das Torres

A manutenção das torres de linhas de transmissão é uma tarefa complexa e contínua. Envolve inspeções visuais regulares, testes de resistência dos materiais e a aplicação de técnicas avançadas de monitoramento. A detecção precoce de problemas, como corrosão, rachaduras e desgaste, é essencial para evitar falhas catastróficas.

Métodos de ensaio não destrutivos, como ultrassom e radiografia, são frequentemente usados para avaliar a condição das torres sem causar danos. Esses métodos permitem identificar problemas ocultos que não seriam detectados por inspeções visuais.

A implementação de programas de manutenção preventiva, incluindo a aplicação de revestimentos anticorrosivos e a substituição de componentes danificados, é essencial para prolongar a vida útil das torres e garantir sua operação segura e eficiente.

Metodologia para Verificação

Para verificar uma torre de linha de transmissão, o primeiro passo é criar um modelo numérico utilizando um software de elementos finitos. Nesse modelo, são atribuídas as propriedades mecânicas dos materiais e as características geométricas das seções das barras que compõem a torre. Em seguida, definem-se as condições de contorno, que incluem a aplicação dos carregamentos e as vinculações internas e externas. Após a configuração do modelo, são realizadas verificações dos componentes da torre de acordo com as normas técnicas vigentes, garantindo que a estrutura atenda aos critérios de segurança e desempenho estabelecidos.

Carregamentos

Os carregamentos considerados nas torres de linhas de transmissão são variados e cada um desempenha um papel crucial na análise estrutural. Aqui estão os principais tipos de carregamentos:

  1. Cargas de Vento: Estas cargas atuam sobre as torres, cadeias de isoladores e cabos. São calculadas de acordo com a norma brasileira NBR 5422:1985 e a norma internacional IEC 60826:2017. Geralmente, os ventos são considerados em direções de 0°, 15°, 30°, 45° e 90° para garantir uma análise abrangente.
  2. Peso Próprio da Estrutura: Refere-se ao peso de todos os componentes da torre, incluindo barras, chapas e parafusos. Este é um carregamento constante e essencial na análise estrutural.
  3. Cargas Permanentes: São aquelas que praticamente não variam ao longo da vida útil da linha, como o peso dos cabos e dos isoladores. Estas cargas devem ser sempre consideradas no projeto.
  4. Cargas em Torres em Ângulo: Resultam da componente transversal da força de tração dos cabos, que é particularmente relevante em torres localizadas em curvas ou ângulos da linha de transmissão.
  5. Cargas Acidentais: Incluem situações que podem ocorrer eventualmente durante a vida útil da estrutura, como:
    • Ruptura de Cabos Para-raios e Cabos Condutores: A ruptura de um cabo pode desbalancear as tensões longitudinais, o que pode levar à falha estrutural. Portanto, é crucial considerar essa possibilidade nas hipóteses de carga.
    • Contenção de Efeito de Cascata: O colapso de uma torre pode causar um desbalanceamento severo nas torres adjacentes, levando a falhas sucessivas em um efeito dominó. Esse risco deve ser mitigado no projeto.
  6. Cargas de Construção e Montagem: Consideram as condições durante a construção, como o peso dos trabalhadores na torre, esforços gerados durante a execução e lançamento dos cabos, e esforços de içamento. Esses fatores são importantes para garantir a segurança durante a fase de construção.

Análise Estática

Para determinar os esforços nos elementos da torre, realiza-se uma análise estática considerando as combinações dos carregamentos mencionados anteriormente. No caso das torres autoportantes, uma análise estática linear é geralmente suficiente. Isso se deve à sua baixa deslocabilidade e à pouca influência dos efeitos de segunda ordem.

Por outro lado, as torres estaiadas exigem uma análise estática não-linear. Essa necessidade decorre da natureza não-linear dos estais e da alta deslocabilidade do sistema, o que requer uma abordagem mais complexa para capturar com precisão os comportamentos estruturais.

Como as torres são modeladas como treliças espaciais, idealmente, as barras estão sujeitas apenas a esforços de tração e compressão. A verificação das barras e das ligações é realizada conforme as normas estabelecidas, especificamente a norma brasileira NBR 8850:1985 e a norma americana ASCE 10-15, garantindo que a estrutura atenda aos padrões de segurança e desempenho.

Análise Modal

Em geral, torres de linhas de transmissão não requerem análise modal devido aos altos valores das frequências naturais nos primeiros modos de vibração. Isso ocorre porque essas torres apresentam uma elevada relação entre rigidez e massa do sistema, o que resulta em frequências naturais elevadas.

No entanto, em torres muito altas, como as torres de travessia que podem ultrapassar 300 metros de altura, as frequências naturais tendem a ser mais baixas. Nesses casos específicos, é importante realizar um estudo modal para verificar se as frequências naturais de vibração estão próximas de 1 Hz. Se estiverem nessa faixa, torna-se necessária uma análise dinâmica mais detalhada para assegurar a estabilidade e a segurança da estrutura.

Inspeção de Torres

Para garantir a integridade das torres existentes, é fundamental realizar inspeções periódicas que avaliem o estado de conservação da estrutura e identifiquem possíveis reparos necessários. Os problemas mais comuns incluem corrosão, parafusos frouxos ou ausentes, e elementos com deformação permanente.

Fonte: dol.com.br

A inspeção de torres treliçadas geralmente envolve trabalhos em altura, utilizando a própria infraestrutura da torre, como escadas, plataformas e patamares, ou técnicas de alpinismo para acessar áreas de difícil alcance. Como alternativa, a inspeção visual pode ser realizada com drones, oferecendo vantagens como maior rapidez na execução dos serviços e redução dos riscos para os trabalhadores envolvidos.

Fonte.dronefilmagemaerea.com

Como resultado da vistoria, são elaborados relatórios de inspeção detalhados. Esses relatórios incluem mapeamentos da estrutura, onde são indicadas as localizações específicas dos pontos que necessitam de melhorias ou manutenção corretiva.

Conclusão

A verificação de torres de linhas de transmissão é um processo complexo e essencial para garantir a segurança e a eficiência do transporte de energia elétrica. Engenheiros eletricistas, empresas de energia, profissionais de segurança e especialistas em estruturas metálicas desempenham um papel importante na manutenção e na melhoria contínua dessas torres.

Desde a inspeção regular dos cabos para-raios e condutores até a análise detalhada das estruturas de suporte, cada etapa do processo de verificação contribui para a longevidade e a confiabilidade das torres de transmissão. A implementação de metodologias avançadas, como modelos numéricos e técnicas de ensaio não destrutivo, permite identificar e resolver problemas antes que eles causem falhas catastróficas.

Para saber mais sobre como garantir a segurança e a eficiência das torres de linhas de transmissão, entre em contato com os especialistas da Serralheria Moreno e agende uma consultoria. Nossa equipe está pronta para ajudar você a implementar as melhores práticas e tecnologias disponíveis no mercado.

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Especialista em materiais metálicos, torres de telecom e torres de transmissão de energia elétrica.

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